sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Psicocronicando


Eis uma pergunta de teste de auto-conhecimento, do que você tem medo?. Eu poderia responder o óbvio: Tenho medo do escuro, medo de elevador. Aos dez anos de idade, fiquei presa em um por uma hora. O que me rendeu um medo maior: A claustrofobia. Detesto lugares pequenos, abafados e fechados.Mas seria simples demais. Coisa resumida em cinco linhas apenas. E, como eu não me contento com pouco resolvi ir encarar o assunto.
Tenho medo do inseguro,tenho medo que me mintam,que me enganem ,tenho medo da decepção, da desilusão....e tudo isso são medos que convivem comigo a anos,não são nenhuma novidade para mim e ate me servem de explicação para mtas coisas na minha vida ,inclusive atitudes.
Pensando sobre isso li um texto do qual gostei muito(esse é pra ti pequena,observa a mensagem subliminar,huahauhauhau!!!)
Com o tempo passamos a ter o direito de escolher os nossos parceiros. A partir daí, iniciou-se a nossa árdua tarefa de sair à procura, conhecer pessoas, experenciar vários namoros em busca da chamada pessoa certa.
Só que essa busca teve suas conseqüências. Nossa realidade não permite mais espaço para os contos-de-fadas. Estamos vivendo em uma cultura cada vez mais individualizada, pautada pelos nossos interesses individuais. O ego de nossa individualidade incha-se cada vez mais. E isso se reflete no campo sentimental. Nosso discurso continua a dizer que sonhamos viver um grande amor; mas nossas ações não querem fazer concessões do tipo ceder às pressões do parceiro. Queremos sim, impor-nos sobre o outro, ser servido sentimentalmente, mas desde que a outra parte esteja sobre em nosso domínio. Esquecemos que amar é a arte de às vezes ceder, compartilhar, ser recíproco e não os donos de todas as situações.
Pautado pelo nosso medo de perder a nossa individualidade e independência, surgem alguns medos oriundo de várias fontes, sendo uma delas as nossas fragilidades que tentamos a todo instante ocultar. Só consegue viver uma história de amor quem não teme a se entregar numa relação, a ter certo grau de dependência do outro, o que também não significa ficar na mão da pessoa e sim compartilhar sentimentos e momentos juntos. E muitos hoje em dia, por não conseguirem ter essa abertura de entrega amorosa, sufocada pelo modismo do individualismo, estão desenvolvendo em suas psiques grande sofrimento e dor. Essas pessoas querem apenas ser amadas em vez de amar para não se decepcionar quando ocorrer o fim das relações. Sobre o escudo de quem é maduro e dono da situação, na verdade pode esse comportamento estar “denunciando” um ato de falta de amadurecimento sentimental, o medo de se entregar nas experimentações ou, sendo popular, revelar um ato de covardia.
Esta cada vez mais em alta e amor-passional, egoísta com suas necessidades de exclusividade e absorção muito mais interessado nas atrações físicas, paixão e idealização do parceiro. De surgimento súbito e com pouca duração por ser basicamente muito mais uma questão de emoção/atração do que deliberação e escolha. É no amor-passional que estão muito mais os medos que o amor se acabe, surgindo os sentimentos de perdas. Por isto, há mais as necessidades e assistência mútua nas atividades cotidianas básicas de cada um, a enorme necessidade de estar a todo o momento policiando os passos e atividades do outro.
Nada deixa o ser humano tão feliz e realizado quanto estar bem no campo sentimental, estar ao lado da pessoa amada com sensação de plenitude e paz. Se o amor vai bem, tudo vai bem na vida! Mas ao lado da dependência, também temos medo da felicidade. De nos entregarmos numa relação que, com o tempo, poderá não dar certo e nos frustrarmos, machucarmos sentimentalmente. E para evitarmos o que pode ser ou não uma decepção, preferimos não nos arriscar nas relações.
Esquecemos que o simples ato viver já é um fator de risco com ganhos e perdas em qualquer setor.
A mente humana tem de maneira natural a mania de ser negativa. Quando nos entregamos em uma nova relação amorosa, passado o clima inicial de euforia, poderá surgir, mesmo que de maneira inconsciente, sentimentos de inquietação, nervosismo vago e indefinido como se fosse impossível preservar tamanha felicidade. Temos várias dúvidas com relação àquela pessoa e momento que estamos vivendo. E esse sentimento de perda é cada vez maior à medida que nos sentimos mais felizes. Um estranho raciocínio, como uma criança que teme perder o seu brinquedo preferido. Amar é mesmo um sentimento bipolar entre a sensação de plenitude e um pânico inconsciente do medo da perda.
Hoje em dia, quando buscamos cada vez mais o imediatismo, as pessoas não estão dispostas a investir na construção de relacionamentos onde tudo tem o seu tempo de acontecer, respeitando as fases. Com isso, afastam-se cada vez mais de seus direitos de felicidade. Quando surgem as oportunidades, procuramos nas pessoas muito mais seus defeitos, criamos os obstáculos para não entrarmos naquela relação – o que no fundo revela o nosso medo de amar, um jeito de apagar nossa alegria. Novos mecanismos de defesa da vida atual.
Mas o medo de perda sempre existirá em todos nós. E sinto que nesta sociedade individualista e com muitas formas de competições, ele estar cada vez mais acentuado.
Nossa força emocional deve consistir em identificar e superar nossos próprios medos, inclusive no amor. E com certeza, muitas dessas pessoas que hoje abrem mão de uma vida sentimental em nome de suas independências, no futuro estarão “chorando as pitangas” deitadas em várias formas de divãs.

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