sábado, 28 de fevereiro de 2009

Escolhendo carro ou namorado? ai socorro!


Que não me chamem de feminista os que lêem. Não sou, não mesmo. Mas hoje estou tomada por esse sentimento estranho, graças ao comentário (meio bêbado) de uma amiga. O comentário é: se homem fosse carro, qual seria o modelo e a marca que eu gostaria de dirigir?
Graças à reflexão dessa amiga, peguei-me pensando nesse assunto dias atrás. Partindo do princípio, obviamente, que os recursos disponíveis para aquisição desse homem-automóvel fossem ilimitados. De fusquinha a Jaguar, bastaria fazer o test-drive e assinar o cheque.
Tem aqueles carros que mulher adora, por exemplo. Uma peruinha Scènic, um jipinho Mitsubishi ou um Ford Focus: típicos modelos criados para agradar a mulherada. Independentemente de faixa etária ou estado civil, a maioria das mulheres ficaria muito feliz em poder se presentear com qualquer um desses possantes. E aí, a questão: e se pudéssemos ir a uma concessionária não para adquirir um carro, mas sim um novo namorado? Já que seu antigo deu muito problema e não tinha air bag (você arrebentou a testa no pára-brisa por causa de uma batidinha besta).
O modelo Scènic, por exemplo. Alto, com ele você consegue ver o mundo ‘de cima’. Espaçoso, confortável, nos braços dele você se sente super segura. Ele é perfeito para a idéia de uma ‘família’. Com ele você pode ir pra praia, pro campo, ele carrega tudo pra você. Mas... É francês. A qualquer momento ele pode ter um ‘peripaque’, parar no meio da rua, deixá-la na mão. Mesmo com toda beleza, com todo conforto que ele oferece, o risco de ele a abandonar e deixá-la a pé faz você concluir que esse não é o melhor modelo. Nã nã ni nã nã...
O jipinho Mitsubishi é uma graça! Se tem uma coisa que ele sabe é fazer você pular – com ele as coisas são sempre animadas, divertidas e ‘chacoalhadas’. Suas amigas morrem de inveja dele. Ótimo para desfilar e chamar à atenção. É um rústico-chique. Mas você tem certos problemas para manobrá-lo – a direção é dura. Ele é teimoso. E o pior: altamente furtável e desfrutável! Qualquer um leva ele embora – basta levantar sua capota, ligar e levar pra casa. Não vale o risco. Além do que, uma vez que ele tem tração nas quatro rodas, existe sempre a possibilidade dele deixá-la no atoleiro enquanto ele sai belo e formoso para sua próxima aventura.
O Ford Focus é um clássico. Você pode chegar com ele numa festa de família, por exemplo, que todo mundo vai reparar. Ele é chique, classudo, sinal de que você está muito bem, que amadureceu e de que finalmente sabe o que quer. Mas o carro é meio monótono. Não tem muitos opcionais, é só aquilo lá que você já tinha visto no dia em que comprou. Nenhuma novidade. Você descobre que era muito cedo para um modelo sério destes. Talvez daqui a alguns anos.
Muitas revistas automobilísticas depois e você resolve que o melhor seria mesmo um modelinho básico. Um carrinho um ponto zero. Econômico, não a deixa na mão. E mesmo se um dia acontecer de ele a deixar, em qualquer lugar você encontra uma peça nova (baratinha!), coloca de volta nele e ‘pimba’: novinho em folha! Às vezes ele até dá um probleminha na estrada, quando você tenta ultrapassar um caminhão, mas mesmo que demore um pouco, ele sempre chega lá! Não tem frescura, é pau pra toda obra, muito companheiro. E, hoje em dia, mesmo esses modelinhos mais básicos vêm cheios de opcionais. Você pode até encontrar um que venha com ar condicionado e direção hidráulica e, só pra garantir, air bag de linha.
Ah, se os relacionamentos pudessem seguir o exemplo das ruas e estradas européias. Sem buracos! Sem sustos ou cruzamentos perigosos. Aí, você poderia mandar ver logo num Porsche e imprimir toda velocidade, sem correr o risco de sofrer um acidente. Mas, como estamos pilotando em rodovias brasileiras, pra que pagar caro e investir seu rico dinheirinho em algo que pode lhe dar problema mais tarde? Principalmente quando o essencial todo basiquinho tem... Tem, não tem?

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