Não se concentre tanto nas minhas variações de humor, apenas insista em mim. Se eu calar, me encha de palavras, me faça querer dizer outra e outra vez sobre você, sobre nós, e todo esse amor. Se eu chorar, não me faça muitas perguntas, não precisa nem secar minhas lágrimas. Só me diz que você continuará comigo pra tudo, que tenho teu colo e teu carinho. E ainda que te doa me ver assim, me envolva nos teus braços e diga que eu posso chorar, mas que você não sairá dali enquanto eu não sorrir. Porque é isso que nos importa, não é? O sorriso um do outro. Não é? (Caio Fernando Abreu)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
A gente passa por diversas fases. Sentimos raiva, sentimos dor, sentimos revolta, sentimos desprezo, sentimos saudade, sentimos amor, sentimos medo de nunca mais esquecer, sentimos medo de gostar de novo, sentimos vergonha e receio em repetir os mesmos erros bobos.
Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem. Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação. Quem gosta quer estar junto. Quem gosta demonstra. Quem gosta faz planos. Quem gosta apresenta para a família e amigos. Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama. Quem gosta carrega uma foto sua dentro da carteira pra ver quando dá saudade. Quem gosta abraça na hora de dormir. Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia. Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias.
Me desculpa, mas não existe medo que seja maior que um sentimento. Não existe timidez que seja mais forte que uma declaração de amor. Não existe distância que deixe uma relação morrer se as duas pessoas querem ficar coladinhas. Não existe estou-dividido-entre-ela-e-você. Quem gosta pode se perder, mas sempre vai saber pra onde quer voltar.
A gente demora pra aceitar, arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro. Ah, ele é confuso. Ah, ele está tenso. Ah, ele tem medo. Ah, ele é maluco. Ah, ele isso. Ah, ele aquilo. Desculpa, mas quem quer estar junto pensa ah, que saudade. Ah, que falta ela me faz. Quem gosta, gosta. Sem complicações. Sem armações e armaduras.
Infelizmente, antes de seguir em frente tentamos interpretar as ações e atitudes da pessoa indecisa. Ele respondeu assim por tal motivo. Ele falou isso querendo dizer tal coisa. Ele isso, mas tenho certeza que ele aquilo. Quem gosta dá certeza do que sente. Quem gosta te olha com sinceridade. Quem gosta não faz joguinho nem te deixa pela metade. Quem gosta quer te deixar segura.
Por bem ou por mal, precisamos abandonar um sentimento que não traz nada de bom. Simples assim. Basta você se perguntar: é essa a vida que quero para mim? Eu mereço ser feliz? Eu mereço alguém que me ame? Eu mereço alguém que se importe? Eu mereço quem tenha certeza que me quer? Eu mereço ser amada?
O momento em que você percebe que o outro não te quer é mágico. A gente acorda, se sente nova, se sente livre. É claro que não se afoga um sentimento do dia para a noite. Mas a gente tenta preencher aqueles espaços com coisas novas: músicas diferentes, bons livros, trabalho, amigos, decoração da casa, um animal de estimação. Tudo serve para animar, renovar, encher a casa, a vida e preencher o tempo, costurar e remendar nossas feridas. É claro que vai doer, é claro que você vai sentir, é claro que o sentimento ainda vai latejar por um tempo. Mas a gente supera a partir do momento em que decide o que merece."
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
“Não tenho nada a ver com explosões”, diz um verso de Sylvia Plath. Eu li como se tivesse sido escrito por mim. Também não faço muito barulho, ainda que seja no silêncio que nos arrebentamos.
Tampouco tenho a ver com o espaço sideral, com galáxias ou mesmo com estrelas. Preciso estar firmemente pousada sobre algo — ou alguém. Abraços me seguram. E eu me agarro. Tenho medo da falta de gravidade: solta demais me perco, não vôo senão em sonhos.
Não tenho nada a ver com o mato, com o meio da selva, com raízes que brotam do chão e me fazem tropeçar, cair com o rosto sobre folhas e gravetos feito uma fugitiva dos contos de fada, a saia rasgando pelo caminho, a sensação de ser perseguida. Não tenho nada a ver com cipós, troncos, ruídos que não sei de onde vêm e o que me dizem. Não me sinto à vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. Prefiro praia, campo aberto, horizonte, espaço pra correr em linha reta. Ou para permanecer sem susto.
Não tenho nada a ver com boate, com o som alto impedindo a voz, com a sensualidade comprada em shopping, com o ajuntamento que é pura distância, as horas mortas desgastando o rosto, a falsa alegria dos ausentes de si mesmos.
Não tenho nada a ver com o que é dos outros, sejam roupas, gostos, opiniões ou irmãos, não me escalo para histórias que não são minhas, não me envolvo com o que não me envolve, não tomo emprestado nem me empresto. Se é caso sério eu me dôo, se é bobagem eu me abstenho, tenho vida própria e suficiente pra lidar, sobra pouco de mim para intromissões no que me é ainda mais estranho do que eu mesma.
Não tenho nada a ver com cenas de comerciais de TV, sou um filme sueco, uma comédia britânica, um erro de adaptação, um personagem que esquece a fala, nada possuo de floral ou carnaval, não aprendi a ser festiva, sou apenas fácil.
Não tenho nada a ver com igrejas, rezas e penitências, são raros os padres com firmeza no tom, é sempre uma fragilidade oral, um pedido de desculpas em nome de todos, frases que só parecem ter vogais, nosso sentimento de culpa recolhido como um dízimo. Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Não tenho nada a ver com galáxia, mato, boate, a vida dos outros, os comerciais de TV e igrejas. Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.
Minto, tenho tudo a ver com explosões.
Martha Medeiros
quarta-feira, 8 de junho de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
"Será que você não é nada que eu penso?" (Leoni)
Não sei se és tudo que eu penso, não vou ser cruel e te fazer assinar um papel "se eu não for nada do que ela pensa pagarei um milhão de euros...". Não. Só te peço que mantenha intacto o meu coração. Pedido estranho, eu sei. É que eu tenho pena dele. Coitado, é meio descontrolado. Como se mantém intacto o coração de alguém? Falando a verdade, sempre.
Não depositei nada em ti, não fiz planos te envolvendo e não criei diversas ceninhas pra nós dois. Juro. Ta bom, alguma coisa a gente sempre espera. Isso faz parte do ser humano, mais precisamente da mulherada. Mas não foi nada estapafúrdio. Nem maluco. Coisas simples. Pequenas. Nada de casamento. Nem filhos. Nem cachorros.
O tempo e a sucessão de acontecimentos faz com que as pessoas mudem o seu comportamento e a forma de encarar as coisas. De lidar com os fatos. Então, enquanto isso nos fizer bem, ótimo. Tem que fazer bem pra mim e bem pra ti. E ponto. Sem meter os pés pelas mãos, sem agir alucinadamente, sem ter atitudes contraditórias e usar palavras esquisitas.
A partir do momento em que ficar ruim a gente vai embora. Simples assim. Prático dessa forma. Ta bom, vai. Talvez não seja assim, tão prático. Mas é simples. Não tem porque complicarmos. Deixa as coisas acontecerem.
"...Também se não for não me faz mal Não me faz mal não...""
sábado, 9 de abril de 2011
Admiro quem espera numa boa um telefonema, alguém ou algo. Não consigo. Fico inquieta, balançando as pernas. Minhas pernas ganham vida própria: sacodem pra lá e pra cá. Meu coração dá uma acelerada e não adianta procurar o freio. Não pára. Esperar é entediante. Agoniante. Irritante. Alucinante. E mais uma série de "antes". Papos chatos? Sem paciência. Começo a bocejar e...novamente as pernas! Elas me entregam sempre. Jantares e eventos em que o sorriso é obrigado a estampar o rosto? Obrigação de ser gentil? Quando não há como evitar essa situação o jeito é disfarçar. Procuro a paciência em alguma prateleira aqui dentro e até que me saio bem. Falei que paciência é dom, certo? Vocês sabem que dom funciona da seguinte forma: tens ou não tens. Se não possuímos esse dom nobre e digno devemos procurar exercitá-lo da melhor forma possível e cabível."
quarta-feira, 6 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Amores cachaça
Vocês já tiveram um amor cachaça? Vou explicar melhor e de forma mais clara. O amor cachaça é aquele que tu promete que vai largar e não consegue. E não precisa necessariamente ser amor. Pode ser paixão cachaça, affair cachaça, qualquer coisa...cachaça.
Amores cachaça te consomem, dão tremedeira e taquicardia. Infinitas palpitações no coração. O tempo e a convivência já provaram que vocês dois nunca darão certo, mas é difícil se manter sóbrio 24 horas. Basta um telefonema, um olhar ou um sorriso. Pronto, a tentativa de abstinência vai por água abaixo! Tum-tum no coração.
Isso me lembra de um trecho de uma música do grupo Nenhum de Nós: "você até parece um vício que largar é quase impossível, exige muito sacrifício e quando eu me considerava limpo vem você pra me oferecer mais".
Sim, é um vício. Sim, largar é quase impossível. Sim, exige muito (muito mesmo!) sacrifício. Os amores cachaça são espertos. Sabem exatamente a hora e o momento propício para te oferecer mais. E te deixar com água na boca...
P.S. O jeito é apelar para o vamos viver um dia de cada vez.
P.S.2 Em breve, AAC (Associação dos Amores Cachaça).
P.S.3 Se o amor é cachaça, o jeito é brindar, cheers!
quinta-feira, 24 de março de 2011
Vai saber....
Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?
Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor."
[C.F.A]
quarta-feira, 23 de março de 2011
Nostalgia...
"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente.Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você.
Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas,vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos, se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só."
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
Proibida ficar triste!
não não não, está proibida de ficar triste, pro-i-bi-da! Pirou? Perdeu a noção do perigo?Caramba, como é que uma mulher como você pode se deixar abater? Puta que pariu, você não pode ficar abalada desse jeito! Não você! Você desmoronar é o prenúncio do fim do mundo, proíbo, não deixo. Ahhhhhhh, tá bom. Sei que é foda. Dor de cotovelo é pior que arrancar um siso, pior que fratura exposta - aliás, é uma fratura exposta. A gente fica ali vendo o osso pra fora, doendo feito a morte, e pensando se a coisa vai voltar pro lugar, se vamos andar de novo, se é possível tocar a vida sem se sentir um aleijado. Pô, se você não conseguir, quem vai? Chore escondido, se esparrame na cama e molhe o travesseiro, faça aquele número que todo mundo conhece: chamar a si mesma de imbecil e decretar que nunca mais, nunca mais... Ora, nunca mais amar, nunca mais acreditar nas palavras bonitas desses sacanas, nunca mais tudo! Dê seu show particular, reprise o dramalhão algumas noites, e depois enxugue essas lágrimas e volte pra vida. Pra vida! Elé é o único homem do mundo? Não, né? Você já fez tanto por você, já foi tão longe, não vai entregar os pontos agora, nem pensar. Gostando ou não, prometa que vai esta semana entrar numa loja bem cara e sair de lá com um monte de roupas que você não sabe onde irá usar. Ajuda, claro que ajuda. E nem ouse ler os e-mails dele, ver as fotos dele, lembrar dele! Lobodomia autorizada, lacre essa parte do cérebro, a da memória. Não lembre nada, não viva pra trás: planeje! Foque no futuro: uma viagem, um projeto profissional, novos amigos, novos hábitos! Encoraje-se, o verão está chegando e você está magra, magérrima! Bote esse corpão numa praia espalhe esse sorriso lindo e você vai ver o que acontece! Não pergunte por mim, eu poderia ser animadora de auditório, mas quando se trata da minha própria vida é uma desolação. Mas eu me acostumei com isso e nem dou mais bola, mas você, você é de outra linhagem. O que posso fazer de concreto a não ser te botar essa pilha inútil? Pensa que eu não sei que palavras não servem pra nada? Pra nada. Sofrer por amor é um atraso de vida, e não há remédio que entorpeça a dor, que amenize, que anestesie, nada, nada, antidepressivo não funciona nessa hora, e cocaína não ouse... A indústria farmacêutica ainda está muito atrasada em relação à corações feridos, não acha? Psiquiatra, que tal? Conheço você, é durona, vai resistir, vai sobreviver a mais essa rasteira. Eu sei de pelo menos três homens alucinados por você, que largariam família, emprego, amante, saltariam de um foguete em movimento para voltar pra Terra e te pegar, então escuta, trata de sentar, respirar, ficar bonitinha e avaliar os candidatos. Tô enxergando você aí puta da vida do outro lado, dizendo que não quer saber de ninguém, só dele... Esses homens! Como ficam importantes depois que somem. Antes você nem dava muita bola pra ele, agora olhe você. Vai superar, belezoca. Um pouquinho de paciência e champanhe e você melhora rapidinho. (...)"