segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Não se concentre tanto nas minhas variações de humor, apenas insista em mim. Se eu calar, me encha de palavras, me faça querer dizer outra e outra vez sobre você, sobre nós, e todo esse amor. Se eu chorar, não me faça muitas perguntas, não precisa nem secar minhas lágrimas. Só me diz que você continuará comigo pra tudo, que tenho teu colo e teu carinho. E ainda que te doa me ver assim, me envolva nos teus braços e diga que eu posso chorar, mas que você não sairá dali enquanto eu não sorrir. Porque é isso que nos importa, não é? O sorriso um do outro. Não é? (Caio Fernando Abreu)


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"Por algum motivo as coisas não deram certo. Sua vida seguiu por um caminho e a dele dobrou duas quadras mais para a frente. Você fica se perguntando o que aconteceu, o que deu errado, por que vai ter que enfiar todos os planos dentro da nécessaire, fechar e ficar um tempão sem abrir novamente.


A gente passa por diversas fases. Sentimos raiva, sentimos dor, sentimos revolta, sentimos desprezo, sentimos saudade, sentimos amor, sentimos medo de nunca mais esquecer, sentimos medo de gostar de novo, sentimos vergonha e receio em repetir os mesmos erros bobos.


Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem. Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação. Quem gosta quer estar junto. Quem gosta demonstra. Quem gosta faz planos. Quem gosta apresenta para a família e amigos. Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama. Quem gosta carrega uma foto sua dentro da carteira pra ver quando dá saudade. Quem gosta abraça na hora de dormir. Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia. Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias.


Me desculpa, mas não existe medo que seja maior que um sentimento. Não existe timidez que seja mais forte que uma declaração de amor. Não existe distância que deixe uma relação morrer se as duas pessoas querem ficar coladinhas. Não existe estou-dividido-entre-ela-e-você. Quem gosta pode se perder, mas sempre vai saber pra onde quer voltar.


A gente demora pra aceitar, arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro. Ah, ele é confuso. Ah, ele está tenso. Ah, ele tem medo. Ah, ele é maluco. Ah, ele isso. Ah, ele aquilo. Desculpa, mas quem quer estar junto pensa ah, que saudade. Ah, que falta ela me faz. Quem gosta, gosta. Sem complicações. Sem armações e armaduras.


Infelizmente, antes de seguir em frente tentamos interpretar as ações e atitudes da pessoa indecisa. Ele respondeu assim por tal motivo. Ele falou isso querendo dizer tal coisa. Ele isso, mas tenho certeza que ele aquilo. Quem gosta dá certeza do que sente. Quem gosta te olha com sinceridade. Quem gosta não faz joguinho nem te deixa pela metade. Quem gosta quer te deixar segura.


Por bem ou por mal, precisamos abandonar um sentimento que não traz nada de bom. Simples assim. Basta você se perguntar: é essa a vida que quero para mim? Eu mereço ser feliz? Eu mereço alguém que me ame? Eu mereço alguém que se importe? Eu mereço quem tenha certeza que me quer? Eu mereço ser amada?


O momento em que você percebe que o outro não te quer é mágico. A gente acorda, se sente nova, se sente livre. É claro que não se afoga um sentimento do dia para a noite. Mas a gente tenta preencher aqueles espaços com coisas novas: músicas diferentes, bons livros, trabalho, amigos, decoração da casa, um animal de estimação. Tudo serve para animar, renovar, encher a casa, a vida e preencher o tempo, costurar e remendar nossas feridas. É claro que vai doer, é claro que você vai sentir, é claro que o sentimento ainda vai latejar por um tempo. Mas a gente supera a partir do momento em que decide o que merece."

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A gente tem que acreditar. Ninguém precisa saber no que você acredita, mas você precisa ter fé em alguma coisa. Conheço muitos que não acreditam em Deus, mas acreditam em si mesmos. Tem um montão de gente por aí que acredita em ETs e discos voadores. Bitolados? Não sei. Eu particularmente nunca vi um disco voador e não pretendo ver um ET. Mas respeito quem acredita.

Tem gente que acende incenso, vai em tempo budista, faz jejum em datas especiais. Tem gente que promete não comer carne vermelha e não beber. Tem gente que diz que vai parar de fumar. Acho que a crença é importante para a nossa sobrevivência. Deve ser difícil e vazio não acreditar em nada.

Eu acredito que é importante a gente aprender a dizer não. Toda a minha vida eu disse sim. Sim, eu faço. Sim, eu cuido. Sim, eu assumo. Sim, eu me rendo. Sim, eu aceito essa pizza. Sim, eu levo. Sim, eu busco. E isso só me fez mal. Já fui usada, já fui traída, já fui negada, já fui rejeitada, já fui humilhada. Já fui um pouco de tudo.

Ninguém tem o direito de invadir a nossa vida. Apontar o dedo na nossa cara. Dizer o que devemos fazer. Pedir coisas, exigir outras tantas. Ninguém pode nos dominar, nos possuir, nos esgotar. É injusto. Mas a justiça, ou melhor, o senso de justiça, o quero-ou-não-quero quem define somos nós.

Eu aceito que você faça isso, eu não aceito que você faça aquilo. Crianças, por exemplo. Tem muita criança que faz birra, se joga no chão, grita e diz eu-quero-me-dá. Nunca fui assim, pois meus pais não me educaram dessa maneira. Acho um absurdo criança que dá um tapa na cara do pai ou da mãe. Acho um absurdo maior o pai ou a mãe que aceitam esse comportamento e dizem ah-de-vez-em-quando-ele-fica-nervoso. Ah-ele-tá-com-sono. Não gosto. Tudo tem limite. Até o amor.

O amor vai até onde a gente aguenta. Até onde o nosso sim resiste e permite. Hoje eu não aceito muitas coisas. Digo não no trabalho, digo não na família, digo não na amizade, digo não no amor. E não sou mais ou menos legal por isso. E não amo mais ou menos por isso. A gente tem que estar bem certo daquilo que quer ou não quer. Do que faz bem ou não faz. Antes, eu preferia ver o outro bem do que ficar bem. Agora eu quero pensar nas coisas que realmente me fazem bem.

Hoje eu quero estar rodeada de sins. Mesmo que pra isso eu precise dizer muitos nãos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dizem que as mulheres que passam dos trinta ficam desesperadas pra casar. Dizem. Ninguém diz nada dos homens. Ou melhor, não diziam. Porque, agora, eu vou dizer. Cansou minha beleza esse papo de mulheres desesperadas, afobadas e apressadas pra casar com o primeiro que aparecer. O que eu tenho visto por aí é muito diferente disso. Os homens estão desesperados à procura de uma mulher bacana pra namorar. Pra namorar, que fique claro. Porque pro resto está sobrando.

Com o tanto de mulher fácil que tem por aí, os homens estão ficando mais seletivos e – acreditem – querendo um relacionamento sério com uma pessoa só. Quando sexo era artigo de luxo, sexo prendia um homem a uma mulher. Hoje em dia, sexo eles conseguem na primeira noite, então os critérios de seleção passaram a ser outros. E com o tanto de mulher dada por aí, os homens pararam de procurar sexo (porque sexo ta em promoção na banca da feira) e começaram a procurar um relacionamento. Relacionamento sério hoje em dia virou o novo artigo de luxo.

Criamos a carência masculina. Homens saturados de noites calientes e camas vazias. Homens que cresceram como bebês chorões e pidões. Cidadãos que te ligam vinte vezes no dia seguinte e não querem desligar o telefone (isso não era coisa de mulher?). Cidadãos que querem namorar antes mesmo de te conhecer direito. Estamos provando do nosso próprio veneno. Gostamos? Ainda é cedo pra avaliar. Mas já é fato que não são mais as mulheres que estão desesperadas depois dos trinta.

O cidadão já quer te conhecer te enchendo de perguntas indiretas pra saber se você vai ser a futura mãe dos filhos dele. Oi??? Por que você ta me perguntando se eu quero ter filhos, meu filho? Já ta na hora desse assunto? Ele já te inclui no próximo final de semana e nas férias dele. Oi??? Não ta indo muito rápido? Nem sei se eu quero nada sério com você. Não importa. Ele quer. Antes mesmo de te conhecer, ele quer um relacionamento sério. Na cabeça dele, ele cria a mulher ideal. Aí escolhe uma pra vestir o personagem criado por ele e pronto. Achou a mulher ideal – ele pensa. Tamanha a afobação.

Quando eu era bem nova (não faz muito tempo, ta?!), existia um livro chamado “Por favor, não me ame”. Nunca cheguei a ler esse livro e hoje em dia não está mais à venda. Mas acredito que quem escreveu aquele livro me entenderia hoje. Não que eu não queira ser amada. Pelo contrário. Quero amor de verdade. Não quero preencher carências de gente que quer se casar a todo custo. Não quero que me amem porque eu preencho certos requisitos pré-definidos. Não quero que me amem porque a idade chegou ou porque é hora de pararem com as baladas e constituírem uma família. Não quero ser tapa-buraco de ninguém. De homens que nunca levaram ninguém a sério e resolveram fazer isso agora. De homens separados e sem filhos que não aguentam mais ficar sozinhos. De homens que nunca se casaram e decidiram que a hora é essa. De homens que ficaram tão carentes com a idade que não aguentam a si próprios.

As mulheres, que antigamente tinham medo de ficar pra titia se não se casavam antes dos trinta, agora têm um novo medo: de homens desesperados porque que passaram dos trinta

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

“Não tenho nada a ver com explosões”, diz um verso de Sylvia Plath. Eu li como se tivesse sido escrito por mim. Também não faço muito barulho, ainda que seja no silêncio que nos arrebentamos.

Tampouco tenho a ver com o espaço sideral, com galáxias ou mesmo com estrelas. Preciso estar firmemente pousada sobre algo — ou alguém. Abraços me seguram. E eu me agarro. Tenho medo da falta de gravidade: solta demais me perco, não vôo senão em sonhos.

Não tenho nada a ver com o mato, com o meio da selva, com raízes que brotam do chão e me fazem tropeçar, cair com o rosto sobre folhas e gravetos feito uma fugitiva dos contos de fada, a saia rasgando pelo caminho, a sensação de ser perseguida. Não tenho nada a ver com cipós, troncos, ruídos que não sei de onde vêm e o que me dizem. Não me sinto à vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. Prefiro praia, campo aberto, horizonte, espaço pra correr em linha reta. Ou para permanecer sem susto.

Não tenho nada a ver com boate, com o som alto impedindo a voz, com a sensualidade comprada em shopping, com o ajuntamento que é pura distância, as horas mortas desgastando o rosto, a falsa alegria dos ausentes de si mesmos.

Não tenho nada a ver com o que é dos outros, sejam roupas, gostos, opiniões ou irmãos, não me escalo para histórias que não são minhas, não me envolvo com o que não me envolve, não tomo emprestado nem me empresto. Se é caso sério eu me dôo, se é bobagem eu me abstenho, tenho vida própria e suficiente pra lidar, sobra pouco de mim para intromissões no que me é ainda mais estranho do que eu mesma.

Não tenho nada a ver com cenas de comerciais de TV, sou um filme sueco, uma comédia britânica, um erro de adaptação, um personagem que esquece a fala, nada possuo de floral ou carnaval, não aprendi a ser festiva, sou apenas fácil.

Não tenho nada a ver com igrejas, rezas e penitências, são raros os padres com firmeza no tom, é sempre uma fragilidade oral, um pedido de desculpas em nome de todos, frases que só parecem ter vogais, nosso sentimento de culpa recolhido como um dízimo. Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.

Não tenho nada a ver com galáxia, mato, boate, a vida dos outros, os comerciais de TV e igrejas. Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.

Minto, tenho tudo a ver com explosões.

Martha Medeiros

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"E de repente já não era mais possível fingir nem fugir."

Caio Fernando Abreu
"Tenho admiração nata por quem segue o coração. Meu coração é minha razão"

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Será que você não é nada que eu penso?" (Leoni)

"Será? Quero te dizer que não penso nisso. Pelo menos agora. Temos o péssimo costume de idealizar os outros. É uma carga muito grande jogar pra cima do outro as nossas expectativas e sonhos. Mulheres têm uma mania medonha: imaginar ceninhas, ter delírios românticos e transtorno-mental-ilusório-passageiro-duradouro. Homens deixam a coisa acontecer, fluir. Mulher não. Mulher pensa, cria, inventa, faz uma função.

Não sei se és tudo que eu penso, não vou ser cruel e te fazer assinar um papel "se eu não for nada do que ela pensa pagarei um milhão de euros...". Não. Só te peço que mantenha intacto o meu coração. Pedido estranho, eu sei. É que eu tenho pena dele. Coitado, é meio descontrolado. Como se mantém intacto o coração de alguém? Falando a verdade, sempre.

Não depositei nada em ti, não fiz planos te envolvendo e não criei diversas ceninhas pra nós dois. Juro. Ta bom, alguma coisa a gente sempre espera. Isso faz parte do ser humano, mais precisamente da mulherada. Mas não foi nada estapafúrdio. Nem maluco. Coisas simples. Pequenas. Nada de casamento. Nem filhos. Nem cachorros.

O tempo e a sucessão de acontecimentos faz com que as pessoas mudem o seu comportamento e a forma de encarar as coisas. De lidar com os fatos. Então, enquanto isso nos fizer bem, ótimo. Tem que fazer bem pra mim e bem pra ti. E ponto. Sem meter os pés pelas mãos, sem agir alucinadamente, sem ter atitudes contraditórias e usar palavras esquisitas.

A partir do momento em que ficar ruim a gente vai embora. Simples assim. Prático dessa forma. Ta bom, vai. Talvez não seja assim, tão prático. Mas é simples. Não tem porque complicarmos. Deixa as coisas acontecerem.


"...Também se não for não me faz mal Não me faz mal não...""

sábado, 9 de abril de 2011

"Não tenho paciência para muitas coisas. Acho que a paciência está diretamente ligada e relacionada a ansiedade. Considero-realmente-a paciência um dom. Obra divina mesmo.

Admiro quem espera numa boa um telefonema, alguém ou algo. Não consigo. Fico inquieta, balançando as pernas. Minhas pernas ganham vida própria: sacodem pra lá e pra cá. Meu coração dá uma acelerada e não adianta procurar o freio. Não pára. Esperar é entediante. Agoniante. Irritante. Alucinante. E mais uma série de "antes". Papos chatos? Sem paciência. Começo a bocejar e...novamente as pernas! Elas me entregam sempre. Jantares e eventos em que o sorriso é obrigado a estampar o rosto? Obrigação de ser gentil? Quando não há como evitar essa situação o jeito é disfarçar. Procuro a paciência em alguma prateleira aqui dentro e até que me saio bem. Falei que paciência é dom, certo? Vocês sabem que dom funciona da seguinte forma: tens ou não tens. Se não possuímos esse dom nobre e digno devemos procurar exercitá-lo da melhor forma possível e cabível."

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Acordei completamente amanhecida. E tinha um brilhinho de sol em cada gotinha da chuva fina na manhã de hoje. Alguma coisa me diz que coisas grandiosas estão por vir. Por isso abro meu coração pra alegria, pra vida e pro sol que acaricia e não machuca. E é nesse estado de gratidão e contentamento que qualquer pensamento negativo que eventualmente surja, morrerá de inanição."

Marla de Queiroz
“A paixão é o teste do excesso - toda hora se ver, toda hora ficar junto -, maneira de descobrir se a relação enjoa ou desperta o vício.”

domingo, 3 de abril de 2011

"Adoro flores, apesar de saber que elas têm um ciclo: agradam, alegram, embelezam, murcham, morrem, são jogadas fora. Mantém o ambiente bonito por pouco tempo. E nós, perecíveis? Apesar do esforço botoxal, sei não. Somos perecíveis, apodrecemos com o tempo. Tenho pena - muita pena, friso bem - de gente que já nasceu podre. Sigo adorando flores do mesmo jeito que sigo adorando pessoas. Preciso aprender que certas pessoas não merecem destaque na nossa vida, em contrapartida as flores sempre merecerão o melhor lugar na nossa varanda. "

quarta-feira, 30 de março de 2011

Amores cachaça

Por Clarissa Corrêa

Vocês já tiveram um amor cachaça? Vou explicar melhor e de forma mais clara. O amor cachaça é aquele que tu promete que vai largar e não consegue. E não precisa necessariamente ser amor. Pode ser paixão cachaça, affair cachaça, qualquer coisa...cachaça.

Amores cachaça te consomem, dão tremedeira e taquicardia. Infinitas palpitações no coração. O tempo e a convivência já provaram que vocês dois nunca darão certo, mas é difícil se manter sóbrio 24 horas. Basta um telefonema, um olhar ou um sorriso. Pronto, a tentativa de abstinência vai por água abaixo! Tum-tum no coração.

Isso me lembra de um trecho de uma música do grupo Nenhum de Nós: "você até parece um vício que largar é quase impossível, exige muito sacrifício e quando eu me considerava limpo vem você pra me oferecer mais".
Sim, é um vício. Sim, largar é quase impossível. Sim, exige muito (muito mesmo!) sacrifício. Os amores cachaça são espertos. Sabem exatamente a hora e o momento propício para te oferecer mais. E te deixar com água na boca...


P.S. O jeito é apelar para o vamos viver um dia de cada vez.
P.S.2 Em breve, AAC (Associação dos Amores Cachaça).
P.S.3 Se o amor é cachaça, o jeito é brindar, cheers!
"Acho que a vida é uma gangorra. Em alguns dias você está bem, em outros nem tanto. E assim vai indo, alternando, ganhando e perdendo. Tem alguns períodos, bem específicos, em que você dá mais do que recebe. Já em outros você precisa receber mais do que dá. Não existe uma tabela pra isso, não tem data certa, simplesmente acontece, afinal, tudo é uma troca.

Vivo dando atenção e carinho para quem é importante pra mim. Modéstia à parte, sou muito boa para quem eu amo. Muitas vezes (erro?) me preocupo mais com o outro do que comigo. Sei que primeiro a gente deve cuidar da gente, mas é inevitável, me preocupo. Só que muitas vezes eu preciso de cuidado e atenção e não sei pedir. Sei lá, acho que a pessoa tem que se dar conta. Não dá pra querer que o outro perceba o que você quer ou precisa, sei disso. Mas prefiro não falar nem pedir, por isso simplesmente deixo. Então, vejo que a pessoa não se deu conta e isso me emputece. Errado? Sim. Mas não acerto sempre, nem quase sempre, nem nunca. Eu vivo errando, afinal, a gente tá aqui pra isso, não é? Para errar, fazer certo, buscar o que nem sabemos direito.

A grande questão é que de vez em quando eu preciso que me cuidem. Cansa cuidar sempre. De vez em quando é bom ficar de pernas para o ar, sem se preocupar com nada, recebendo carinho, atenção, mimo. Entenda, atenção não é estar colado. Você pode dar atenção e cuidar de quem ama mesmo de longe. O importante é saber que o outro está se sentindo cuidado. Principalmente na TPM, quando eu fico insuportável, tudo é pouco e nada é suficiente."

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vai saber....

"Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.


Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?


Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor."

Martha Medeiros... só podia ser!
"Ficar bem nem sempre deixa outras opções. É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar. É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada. É o nada que você optou para parar de sentir dor. No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se.. Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso."

[C.F.A]

quarta-feira, 23 de março de 2011

Nostalgia...


"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente.Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você.
Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas,vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos, se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só."
"Não se pode ser infeliz, não se pode morrer em vida, não se pode desistir de amar, de criar. Não se pode: é pecado, é proibido."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.
"Deixei a porta aberta e você entrou. Ou será que abri a porta justamente para você (só servia você) entrar, invadir ou chegar? Sua falta de jeito com a delicadeza era parecida com a minha e achei tão bonitinho isso. Nem grosso demais e nem polido demais, porque pisar em ovos é um saco. Não te pedi nada, só que me tratasse bem. Até hoje não te cobro e nem peço nada que seja esquisito demais ou dê muito trabalho. Não grite comigo porque eu também sou pavio curto. Respeite minha preguiça matutina e eu entro no seu ritmo também preguiçoso. Conte suas novidades, faça massagens nos meus pés e não tenha medo de quem toma Rivotril pra dormir. Virei presa fácil, barata até, você se esforçará pouco para me ter para sempre. Acredite quando eu digo que é melhor com você. Não duvide do que eu digo mas prometo que se a verdade for chata, feia e boba, eu escondo. Não me conte as suas tristezas porque eu também disfarço as minhas. Prometo segurar o choro, mas se ele vier, fica do meu lado, segura a minha mão. Tem hora, quem hoje, que eu só preciso que você segure na minha mão. Não tente me agradar porque eu odeio gente boazinha. Seja mais inteligente do que os outros e diga as coisas de que gosto de ouvir. Vou te achar o máximo. Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a mesmice, xingue a vida doméstica e também os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Me enlouqueça não ligando de vez em quando. Mas me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... Nunca deixe eu dirigir o seu carro, diga que não confia, só pra eu ficar meia hora com raiva de você. Seja só um pouquinho canalha e olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Me trate como uma rameira, mas só quando estivermos deitados. No dia-a-dia fale palavras doces, principalmente hoje. Não me magoe com ironias porque não sou nem um pouco altruísta e posso sentir raiva por ter deixado a porta aberta."

Martha Medeiros

domingo, 9 de janeiro de 2011

Proibida ficar triste!

Minha doçura,
não não não, está proibida de ficar triste, pro-i-bi-da! Pirou? Perdeu a noção do perigo?Caramba, como é que uma mulher como você pode se deixar abater? Puta que pariu, você não pode ficar abalada desse jeito! Não você! Você desmoronar é o prenúncio do fim do mundo, proíbo, não deixo. Ahhhhhhh, tá bom. Sei que é foda. Dor de cotovelo é pior que arrancar um siso, pior que fratura exposta - aliás, é uma fratura exposta. A gente fica ali vendo o osso pra fora, doendo feito a morte, e pensando se a coisa vai voltar pro lugar, se vamos andar de novo, se é possível tocar a vida sem se sentir um aleijado. Pô, se você não conseguir, quem vai? Chore escondido, se esparrame na cama e molhe o travesseiro, faça aquele número que todo mundo conhece: chamar a si mesma de imbecil e decretar que nunca mais, nunca mais... Ora, nunca mais amar, nunca mais acreditar nas palavras bonitas desses sacanas, nunca mais tudo! Dê seu show particular, reprise o dramalhão algumas noites, e depois enxugue essas lágrimas e volte pra vida. Pra vida! Elé é o único homem do mundo? Não, né? Você já fez tanto por você, já foi tão longe, não vai entregar os pontos agora, nem pensar. Gostando ou não, prometa que vai esta semana entrar numa loja bem cara e sair de lá com um monte de roupas que você não sabe onde irá usar. Ajuda, claro que ajuda. E nem ouse ler os e-mails dele, ver as fotos dele, lembrar dele! Lobodomia autorizada, lacre essa parte do cérebro, a da memória. Não lembre nada, não viva pra trás: planeje! Foque no futuro: uma viagem, um projeto profissional, novos amigos, novos hábitos! Encoraje-se, o verão está chegando e você está magra, magérrima! Bote esse corpão numa praia espalhe esse sorriso lindo e você vai ver o que acontece! Não pergunte por mim, eu poderia ser animadora de auditório, mas quando se trata da minha própria vida é uma desolação. Mas eu me acostumei com isso e nem dou mais bola, mas você, você é de outra linhagem. O que posso fazer de concreto a não ser te botar essa pilha inútil? Pensa que eu não sei que palavras não servem pra nada? Pra nada. Sofrer por amor é um atraso de vida, e não há remédio que entorpeça a dor, que amenize, que anestesie, nada, nada, antidepressivo não funciona nessa hora, e cocaína não ouse... A indústria farmacêutica ainda está muito atrasada em relação à corações feridos, não acha? Psiquiatra, que tal? Conheço você, é durona, vai resistir, vai sobreviver a mais essa rasteira. Eu sei de pelo menos três homens alucinados por você, que largariam família, emprego, amante, saltariam de um foguete em movimento para voltar pra Terra e te pegar, então escuta, trata de sentar, respirar, ficar bonitinha e avaliar os candidatos. Tô enxergando você aí puta da vida do outro lado, dizendo que não quer saber de ninguém, só dele... Esses homens! Como ficam importantes depois que somem. Antes você nem dava muita bola pra ele, agora olhe você. Vai superar, belezoca. Um pouquinho de paciência e champanhe e você melhora rapidinho. (...)"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"Já notou que sinto sua falta?
Ou acha que toda vez que ligo é por engano?"

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Encontros, reencontros, desencontros...
Que porção mágica é esta que a vida me prepara?